Som e Suas Características
O som se propaga em fluidos, tanto na atmosfera como em líquidos, sons continuam audíveis debaixo da água. Também se propaga em sólidos.

Oscilações harmônicas podem produzir sons audíveis pelo ouvido humano somente num intervalo limitado de frequência, aproximadamente entre 20Hz e 20KHz (um bom aparelho de som deve ser capaz de reprodução fiel dentro dessa faixa).

O fato de que o som se propaga através de um meio material, sem que haja transporte de material de um ponto a outro, já é uma indicação de sua natureza ondulatória. A velocidade finita de propagação de som é evidenciada pelo intervalo de tempo decorrido entre o clarão de um relâmpago e o ruido do trovão que o acompanha. A reflexão do som também é um efeito familiar, manifestado na produção de ecos.

Som e suas principais características

SOM: é a sensação produzida no ouvido pelas vibrações de corpos elásticos. Uma vibração põe em movimento o ar na forma de ondas sonoras que se propagam em todas as direções simultaneamente. Estas atingem a membrana do tímpano fazendo-a vibrar. Transformadas em impulsos nervosos, as vibrações são transmitidas ao cérebro que as identifica como tipos diferentes de sons. Consequentemente, o som só é decodificado através do cérebro. (MED, 1996, p. 11)

A Vibração Regular produz sons de altura definida, chamados sons musicais ou notas musicais.

A Vibração Irregular produz sons de altura indefinida, chamados de barulhos.

Na música são usados não somente sons regulares (instrumentos musicais com notas definidas), mas também sons irregulares (instrumentos de percussão).

A característica que distingue um som musical de um ruído é a periodicidade. Isto não significa que um som musical tenha de corresponder a uma onda harmônica (sinusoidal), mas tão-somente que seja periódico, como ilustrado no gráfico abaixo.



As qualidades que distinguimos num som musical, pelas sensações subjetivas que provoca, são: Altura, Duração, Intensidade e Timbre.

1. Altura - A altura de um som musical corresponde à sensação que nos permite distinguir entre sons mais graves e mais agudos. A característica física de uma onda sonora como a da figura (a) do quadro (pressão x tempo) associada com a altura é a frequência v=1/t: quanto maior for v, mais agudo é o som; sons mais graves correspondem a frequências mais baixas.

2. Duração - Extensão de um som; é determinada pelo tempo de emissão das vibrações.

3. Intensidade - Amplitude das vibrações; é determinada pela força ou pelo volume do agente que as produz. É o grau de volume sonoro.

4. Timbre - O timbre é uma característica subjetiva do som que nos permite diferenciar dois sons de mesma altura, duração e intensidade. Assim, nosso ouvido distingue claramente a diferença entre a mesma nota lá emitida por um piano, violino, flauta ou pela voz humana, por exemplo. O timbre resulta da correlação subjetiva de todas as propriedades do som que não influenciam diretamente a altura e a sensação de intensidade, tais como: envolvente temporal, distribuição de energia espectral, grau de inarmonicidade dos parciais e frequência (Houtsma et al., 1987) (alguns destes aspectos são ilustrados pelos autores através de exemplos sonoros). O transitório de ataque, que corresponde aos primeiros instantes representados na envolvente temporal, é fundamental para a caracterização do timbre de um instrumento. (HENRIQUE, 2003, p. 871)

Observações:

a) Todo e qualquer som musical tem, simultaneamente, as quatro propriedades.

b) Para o Europeu, a mais importante característica do som musical é a altura.

c) Até o século XI a altura era a única característica grafada. No século XII inicia-se a definição da duração. O timbre começa a ser indicado a partir do século XVI e a intensidade a partir do século XVII.

Através das alturas e durações, timbres e intensidades, repetidos e/ou variados, o som se diferencia ilimitadamente. Essas diferenças se dão na conjugação dos parâmetros e no interior de cada um (as durações produzem as figuras rítmicas; as alturas, os movimentos melódico-harmônicos; os timbres, a multiplicação colorística das vozes; as intensidades, as quinas e curvas de força na sua emissão). (WISNIK, 1999, p. 26)

REFERÊNCIAS
HENRIQUE, Luis L. Acústica musical. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. 1130 p.

MED, Bohumil. Teoria da Música. 4ª. ed. rev. e ampl. Brasília, DF : Musimed, 1996. 420 p.

WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido. Uma outra história das músicas. 2ª ed. São Paulo : Companhia das Letras, 1999, 285 p.

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