Instrumentos Musicais : Classificação (HENRIQUE, 2003, p. 314)
O estudo dos instrumentos musicais constitui o objeto da organologia, sendo um dos assuntos mais importantes abordados nesta disciplina a questão da classificação dos instrumentos.

Embora este termo organologia tenha tido outro significado (Henrique, 1999), e fosse usado ocasionalmente no século XIX referente a biologia e anatomia, tem vindo a ser internacionalmente aceite para designar o estudo dos instrumentos musicais (Baines, 1992).

A classificação dos instrumentos musicais hoje mais usada para fins científicos, é a que se baseia no sistema proposto em 1914 por Erich von Hornbostel e Curt Sachs. Neste sistema, conhecido por classificação de Hornbostel e Sachs, os instrumentos são classificados com base num princípio acústico: idiofones, membranofones, cordofones e aerofones. A estas quatro categorias originais juntou-se mais tarde uma outra - os eletrofones.

Precisando a sua definição:

Idiofones: Instrumentos em que o som é produzido pela vibração de corpos sólidos (placas, varas, barras) sem precisarem de estar submetidos a tensão;

Membranofones: Instrumentos em que o som é produzido por uma membrana tensa;

Cordofones: Instrumentos em que o som é produzido por uma corda tensa;

Aerofones: Instrumentos em que o som é produzido pela vibração do ar;

Eletrofones: Instrumentos em que o som é produzido a partir da variação da intensidade de um campo eletromagnético. A radiação do som é feita por um altifalante que converte sinais elétricos previamente amplificados em ondas acústicas.

Os eletrofones podem ser divididos em três subcategorias: eletrônicos (que não usam qualquer agente mecânico para gerar os sons), eletromecânicos (que utilizam rodas eletromecânicas, as quais não produzem som acústico, mas fazem parte de um circuito de osciladores) e eletroacústicos (que convertem as vibrações de cordas, palhetas, placas, barras ou outros componentes em variações de tensão num circuito elétrico).

A classificação original de Hornbostel e Sachs não contemplava os instrumentos eletrônicos, mas com o aparecimento da eletrônica criaram-se novos instrumentos, que nas últimas décadas têm tido um crescimento exponencial. O alargamento aos instrumentos eletrônicos na classificação de Hornbostel e Sachs foi feito mantendo o mesmo princípio acústico básico que presidiu à sua elaboração.

Se considerarmos agora o tipo de energia envolvido na produção sonora, podemos também classificar os instrumentos em três grandes grupos: instrumentos mecânicos, eletrônicos e eletromecânicos. A maior ou menor componente informática na produção sonora poderá servir de base para subgrupos dos instrumentos eletrônicos.

REFERÊNCIA
HENRIQUE, Luis L. Acústica musical. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2003. 1130 p.

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